3/11/2012

Coração que procura cap 2

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Capítulo 2: Trauma

O dia amanheceu e o Caio e o Pedro já estava caminhando para outra cidade, a campanha que o Professor Caio participa não deixa ele no mesmo lugar, logo que o seu trabalho termina, ele tem que ir no outro lugar, por essa razão o Pedro decidiu ir junto com ele, assim, enquanto o professor fazia o seu trabalho, o Pedro pode procurar por mãe, afinal ele tinha retratos, e lembrava muito bem o nome dos pais, fazendo isso dia após dia, e nada de resultado.
 

 Quando passou cerca de um mês, o Pedro lembrou que não tinha acabado de contar o resto do seu passado, pois o professor também não o perguntava mais – Professor Caio... Acho que não contei o resto... – e o Caio sem pressa olhando para o menino – se você estiver preparado... Por mim tudo bem, se acha que está preparado para me contar, pode prosseguir – “Então ele ficou esperando esse tempo todo para que eu me preparasse...” realmente o Caio era diferente das outras pessoas que o Pedro conheceu antes.
 

 O Pedro nunca contou pra ninguém depois daquela parte, sempre perguntava “e então? O que aconteceu??” ou “coitadinho, você sofreu de mais...!” mas o professor caio não, ele parecia que respeitava a parte da dor do Pedro, e não tocou mais no assunto até que o Pedro se lembre :- O senhor e realmente é estranho...há... Sem ofensa...! – com estas palavras o Caio deu risadas bem leves – não precisa se preocupar, eu gosto de ser chamado de estranho, afinal de conta isso e sinal que sou o único nesse mundo!
  “pois bem” o Pedro começou a contar novamente...


 No dia do meu aniversário de sete anos, a mamãe e eu celebremos bem simples e silencioso... Sem mais ninguém... Ultimo aniversário que celebremos juntos... Nessa mesma noite... Eu ouvi algo muito forte, me levantei da cama, fui de vagar na porta e abri um pouco da porta, então avistei a mamãe toda roxa... E o meu pai gritando... Essa briga era incomum das outras... – por favor, Bartolomeu... Pare... – ela falava assim bem fraca... Preste a desmaiar... Eu, porém correu até ela, abracei firmemente e depois supliquei para o meu pai – por favor!! Pare!!! Você está machucando a mamãe!! Pai pare com isso... Você era tão bondoso... Por quer continua fazendo uma coisa dessas...?
 

 A coisa ficou pior:- mandei não falar mais comigo... Não foi? – ele foi pegar um pedaço de ferro – Pedro corre!! Fuja daqui!!!! Ele vai te matar!!! – “matar? Meu pai?” – mas mãe... Eu... – a minha mãe se levantou de pressa e me empurrou para a porta da saída – vá Pedro!!! – nesse momento a minha mãe agarrou a perna do meu pai, tentando ganhar o tempo – vá!!! Agora!!! – eu vi o olho do meu pai... Ele tinha o olhar assustador... Estava muito violento... Deu umas chutadas a mamãe e quando ela desmaiou correu para avançar em mim.
 

 Não sabia o que fazer... Meu corpo petrificou no momento, e não conseguia movimentar um dedo se quer... Meu sangue parecia congelar-se de tanto terror... “alguém me ajude...” rezava sem parar... Mas o meu pai querendo cortar a esperança – não tem mais ninguém para te salvar... – nesse momento lembrei rapidamente aquela palavra “Claro que você e meu filho...! Mesmo que eu estiver errado, você continuará a ser meu filho...!” essa palavra fez com que eu escapasse da morte por um milímetro, o ferro deu raspão na minha cabeça, e perfurou o chão, como o ferro se afundou e não conseguiu arrancar-lo de novo, ele avançou contra o meu pescoço...
 

 Não sei que tempo fiquei ali..., só sei que quando eu estava sendo sufocado pelo meu próprio pai... Alguém o empurrou para trás, com isso eu consegui fugir e abrir a porta, chorando, sem saber o que fazer, só correu com toda a minha força sem olhar para trás... E então daí que comecei morar na rua... Nunca roubei, mas... Era muito difícil pra mim...
 

 Durante esse tempo todo, a palavra do meu pai nunca deixou de surgir com o pesadelo... – você gostaria de encontrar com seu pai Pedro? – o Caio perguntou bem sério e então o Pedro pensou um pouco, e respondeu – acho que ante de conhecer o senhor, era mera trauma... Mas agora, acho que sim... Tenho ainda muito medo... Pois a conseqüência que agente ganha e profunda... Mas, mesmo assim, eu quero encontrá-lo e enfrentar-lo de cara a cara.
 

  Pouco depois disso ele recebeu informações de que a mãe dele estaria numa outra cidade num hospital internada há muito tempo – e então? – o Caio perguntou com cuidado para o Pedro – ta pronto? – o Pedro balançou a cabeça dizendo que sim, só não estava preparado com o imprevisto que o destino havia prometido a ele.
 

 Na correria de querer encontrar a mãe do Pedro, eles se depararam com o homem meio alto, com o rosto bem formato, a idade deveria estar 29 para 30,o Caio passou perto do homem e percebeu que o Pedro ficou paralisado, e então quando esse homem viu o menino se espantou –  Pedro? E você?? – e o Pedro, depois de um tempo, e de vagar perguntou para esse homem – p-pai...?
 

 Isso realmente foi surpreendente, ninguém havia pensado que iria encontrar com o “trauma” do Pedro, no começo “nem ele que horas atrás falava de querer encarar de cara a cara” não conseguia mexer nem dedo e muito menos falar, ele só conseguia olhar apavorado e suar frio... Mas percebeu que o Caio olhava fixamente para o Pedro, o menino que havia se comportado de medroso, tomou uma atitude bem corajoso.
 

 “Posso falar com o senhor?” quando o Pedro “ainda tremendo” perguntou para o Bartolomeu, sem nenhuma negação ele disse sim – eu também tenho muito que falar – seu olhar estava cheio de dor e tristeza, e talvez até arrependimentos... O professor Caio percebendo que seria um assunto de família, queria deixar-lo só, mas o Pedro não concordou – o senhor tem direito a ouvir... Por favor, fique do meu lado... – o Caio voltando com olhar forte disse para o menino – se isso o que deseja, vou ficar.
 

  Primeiramente o Pedro queria falar sobre o que ele sentia quando estava na rua – sentia muito medo, na rua tinha muita morte, violência... Mas eu tinha algum amigo... Tinha um senhor de idade avançada que me deu um violino e ensinou-me a tocar, com isso ganhava um pouco do dinheiro que permitia comer um pouco... Mas não era todo dia... Quando chegou o natal, foi o dia em que rezei mais... Como eu era menino da rua, as pessoas da igreja não permitiam entrar, rezava fervorosamente nas calçadas da igreja, pedindo pra Deus uma única coisa...
  

O Pedro deu suspiros, e o Bartolomeu perguntou o que aconteceu e qual o pedido que ele pedia – eu pedia um natal para minha família... Família unida, todo junto outra vez... E, hoje esse pedido foi atendido... – foi aí que perceberam, hoje era 25 de Dezembro, o natal – pai, eu no começo, pensei que toda culpa era minha, depois te culpava sem parar, como se querendo fugir, por quer você me disse “Claro que você e meu filho...! Mesmo que eu estiver errado, você continuará a ser meu filho...!”, sempre que me lembrava dessa palavra, ficava revoltado... – e o menino olhou fixamente para o Bartolomeu – será que agora você poderia repetir isso? Não é você que estava mais revoltado? – ouvindo isso, o Bartolomeu afundou seu rosto na mágoa, olhando isso o Pedro soltou a palavra que sempre engolia – Eu... Nunca mais posso viver ao seu lado... Não é?
  

Bartolomeu não conseguia falar nada, enquanto que o Pedro continuava – eu não sabia mais quem odiar, pensava assim “quem era culpado de tudo aquilo que eu tinha que passar... com qual motivo tinha que sofrer...”   
“aconteça o que acontecer, sempre estarei perto de você!!” essa palavra que você tinha me dado, sempre lembrava, e isso me atormentava... Quem seria capaz de fazer isso além da família?
 “Claro que você e meu filho...! Mesmo que eu estiver errado, você continuará a ser meu filho...!”, mentira... Tudo passava de uma miragem... Ilusão sem motivo algum...  “aconteça o que acontecer, sempre estarei perto de você!!” , e tudo mentira!!!!!! Quando mais precisei de você.... – o Pedro já estava lacrimejando – você me abandonou...
  

O Bartolomeu se se ajoelhou nos pés do menino – perdoe-me, perdoe-me...! Eu não soube agir de maneira certa...!! Faltou em mim a coragem para aceitar a realidade... Fui muito covarde... – o Bartolomeu já estava chorando – então, pra esquecer essa verdade, procurei as coisas do mundo para me aliviar... Mas não consegui... O que eu fazia me atormentava ainda mais... Eu sou pobre homem que não soube resolver essa situação... Fui pedir ajuda as coisas e não o Deus... Por isso hoje eu vivo atormentado tudo o que eu fiz para a minha esposa e para você Pedro...
 

 Pedro se espantava com esse ato de Bartolomeu, nunca pensava que o pai também sofria com seu ato, e que pedia perdão sem cessar para o filho, caiba ele se o perdoava, ou não... – o tempo que passei longe de vocês... Eu acabei com todo o meu valor que antes tinha... – Bartolomeu não levantava a cabeça, estava ajoelhado diante dos pés do Pedro – no sofrimento, Deus me deu a oportunidade para conhecer a minha fraqueza, na dor me ensinou arrepender-se dos erros que havia cometido... Por isso estou aqui, Deus me deu mais uma chance para eu poder te encontrar e te pedir perdão...!!! Sei que... A minha culpa é grande... Mas sei também que é bem maior a divina misericórdia de Deus... Por isso aqui estou, lhe peço mais uma vez...!! Perdoe-me...!
 

 Menino Pedro olhava silenciosamente, e então com as lágrimas abraçou o pai, agora sem medo – graças a Deus que você voltou a ser o homem generoso!! – e deu um sorriso – Pai, o tempo que passei no orfanato, e agora com essas palavras do senhor, posso dizer claramente, eu lhe perdoou... Pois já bastou saber que o senhor me aceitou como eu sou...!
 

 “Que bom” o professor olhando para a janela do terceiro andar, se sentou no banco de espera, “agora que se reconciliou, a trauma do Pedro pode se curar... resta encontrar-se com a Dona Larry, e o Pedro novamente vai poder morar com os pais... todos juntos... creio que agora pode ser bem felizes...”, mas esse pensamento havia deixado um vago no coração do Caio “e eu... vou continuar o meu serviço...”
 

  Ficou um pouco triste, mas é assim que a história termina... Mesmo que não queira, sempre vem o fim... – professor? O senhor vai ficar ai? – com a pergunta do Pedro o Caio acordou do seu pensamento – bom, se você quiser que eu fique aqui, tudo bem... – antes que o Caio terminar-se, o Bartolomeu interrompeu – graças o senhor, eu pude me encontrar com ele, com toda certeza o senhor tem direitos a ir conosco – sendo assim, o Caio se levantou do banco de espera, e caminhou-se para o quarto onde a Larry estava.

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