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Capítulo 2: Trauma
O dia amanheceu e o Caio e o Pedro já estava
caminhando para outra cidade, a campanha que o Professor Caio participa
não deixa ele no mesmo lugar, logo que o seu trabalho termina, ele tem
que ir no outro lugar, por essa razão o Pedro decidiu ir junto com ele,
assim, enquanto o professor fazia o seu trabalho, o Pedro pode procurar
por mãe, afinal ele tinha retratos, e lembrava muito bem o nome dos
pais, fazendo isso dia após dia, e nada de resultado.
Quando passou cerca de um mês, o Pedro
lembrou que não tinha acabado de contar o resto do seu passado, pois o
professor também não o perguntava mais – Professor Caio... Acho que não
contei o resto... – e o Caio sem pressa olhando para o menino – se você
estiver preparado... Por mim tudo bem, se acha que está preparado para
me contar, pode prosseguir – “Então ele ficou esperando esse tempo todo
para que eu me preparasse...” realmente o Caio era diferente das outras
pessoas que o Pedro conheceu antes.
O Pedro nunca contou pra ninguém depois
daquela parte, sempre perguntava “e então? O que aconteceu??” ou
“coitadinho, você sofreu de mais...!” mas o professor caio não, ele
parecia que respeitava a parte da dor do Pedro, e não tocou mais no
assunto até que o Pedro se lembre :- O senhor e realmente é
estranho...há... Sem ofensa...! – com estas palavras o Caio deu risadas
bem leves – não precisa se preocupar, eu gosto de ser chamado de
estranho, afinal de conta isso e sinal que sou o único nesse mundo!
“pois bem” o Pedro começou a contar novamente...
No
dia do meu aniversário de sete anos, a mamãe e eu celebremos bem
simples e silencioso... Sem mais ninguém... Ultimo aniversário que
celebremos juntos... Nessa mesma noite... Eu ouvi algo muito forte, me
levantei da cama, fui de vagar na porta e abri um pouco da porta, então
avistei a mamãe toda roxa... E o meu pai gritando... Essa briga era
incomum das outras... – por favor, Bartolomeu... Pare... – ela falava
assim bem fraca... Preste a desmaiar... Eu, porém correu até ela,
abracei firmemente e depois supliquei para o meu pai – por favor!!
Pare!!! Você está machucando a mamãe!! Pai pare com isso... Você era tão
bondoso... Por quer continua fazendo uma coisa dessas...?
A coisa ficou pior:- mandei não falar
mais comigo... Não foi? – ele foi pegar um pedaço de ferro – Pedro
corre!! Fuja daqui!!!! Ele vai te matar!!! – “matar? Meu pai?” – mas
mãe... Eu... – a minha mãe se levantou de pressa e me empurrou para a
porta da saída – vá Pedro!!! – nesse momento a minha mãe agarrou a perna
do meu pai, tentando ganhar o tempo – vá!!! Agora!!! – eu vi o olho do
meu pai... Ele tinha o olhar assustador... Estava muito violento... Deu
umas chutadas a mamãe e quando ela desmaiou correu para avançar em mim.
Não sabia o que fazer... Meu corpo
petrificou no momento, e não conseguia movimentar um dedo se quer... Meu
sangue parecia congelar-se de tanto terror... “alguém me ajude...”
rezava sem parar... Mas o meu pai querendo cortar a esperança – não tem
mais ninguém para te salvar... – nesse momento lembrei rapidamente
aquela palavra “Claro que você e meu filho...! Mesmo que eu estiver
errado, você continuará a ser meu filho...!” essa palavra fez com que eu
escapasse da morte por um milímetro, o ferro deu raspão na minha
cabeça, e perfurou o chão, como o ferro se afundou e não conseguiu
arrancar-lo de novo, ele avançou contra o meu pescoço...
Não sei que tempo fiquei ali..., só sei
que quando eu estava sendo sufocado pelo meu próprio pai... Alguém o
empurrou para trás, com isso eu consegui fugir e abrir a porta,
chorando, sem saber o que fazer, só correu com toda a minha força sem
olhar para trás... E então daí que comecei morar na rua... Nunca roubei,
mas... Era muito difícil pra mim...
Durante esse tempo todo, a palavra do meu
pai nunca deixou de surgir com o pesadelo... – você gostaria de
encontrar com seu pai Pedro? – o Caio perguntou bem sério e então o
Pedro pensou um pouco, e respondeu – acho que ante de conhecer o senhor,
era mera trauma... Mas agora, acho que sim... Tenho ainda muito medo...
Pois a conseqüência que agente ganha e profunda... Mas, mesmo assim, eu
quero encontrá-lo e enfrentar-lo de cara a cara.
Pouco depois disso ele recebeu
informações de que a mãe dele estaria numa outra cidade num hospital
internada há muito tempo – e então? – o Caio perguntou com cuidado para o
Pedro – ta pronto? – o Pedro balançou a cabeça dizendo que sim, só não
estava preparado com o imprevisto que o destino havia prometido a ele.
Na correria de querer encontrar a mãe do
Pedro, eles se depararam com o homem meio alto, com o rosto bem formato,
a idade deveria estar 29 para 30,o Caio passou perto do homem e
percebeu que o Pedro ficou paralisado, e então quando esse homem viu o
menino se espantou – Pedro? E você?? – e o Pedro, depois de um tempo, e
de vagar perguntou para esse homem – p-pai...?
Isso realmente foi surpreendente, ninguém
havia pensado que iria encontrar com o “trauma” do Pedro, no começo
“nem ele que horas atrás falava de querer encarar de cara a cara” não
conseguia mexer nem dedo e muito menos falar, ele só conseguia olhar
apavorado e suar frio... Mas percebeu que o Caio olhava fixamente para o
Pedro, o menino que havia se comportado de medroso, tomou uma atitude
bem corajoso.
“Posso falar com o senhor?” quando o
Pedro “ainda tremendo” perguntou para o Bartolomeu, sem nenhuma negação
ele disse sim – eu também tenho muito que falar – seu olhar estava cheio
de dor e tristeza, e talvez até arrependimentos... O professor Caio
percebendo que seria um assunto de família, queria deixar-lo só, mas o
Pedro não concordou – o senhor tem direito a ouvir... Por favor, fique
do meu lado... – o Caio voltando com olhar forte disse para o menino –
se isso o que deseja, vou ficar.
Primeiramente o Pedro queria falar sobre
o que ele sentia quando estava na rua – sentia muito medo, na rua tinha
muita morte, violência... Mas eu tinha algum amigo... Tinha um senhor
de idade avançada que me deu um violino e ensinou-me a tocar, com isso
ganhava um pouco do dinheiro que permitia comer um pouco... Mas não era
todo dia... Quando chegou o natal, foi o dia em que rezei mais... Como
eu era menino da rua, as pessoas da igreja não permitiam entrar, rezava
fervorosamente nas calçadas da igreja, pedindo pra Deus uma única
coisa...
O Pedro deu suspiros, e o Bartolomeu
perguntou o que aconteceu e qual o pedido que ele pedia – eu pedia um
natal para minha família... Família unida, todo junto outra vez... E,
hoje esse pedido foi atendido... – foi aí que perceberam, hoje era 25 de
Dezembro, o natal – pai, eu no começo, pensei que toda culpa era minha,
depois te culpava sem parar, como se querendo fugir, por quer você me
disse “Claro que você e meu filho...! Mesmo que eu estiver errado, você
continuará a ser meu filho...!”, sempre que me lembrava dessa palavra,
ficava revoltado... – e o menino olhou fixamente para o Bartolomeu –
será que agora você poderia repetir isso? Não é você que estava mais
revoltado? – ouvindo isso, o Bartolomeu afundou seu rosto na mágoa,
olhando isso o Pedro soltou a palavra que sempre engolia – Eu... Nunca
mais posso viver ao seu lado... Não é?
Bartolomeu não conseguia falar nada,
enquanto que o Pedro continuava – eu não sabia mais quem odiar, pensava
assim “quem era culpado de tudo aquilo que eu tinha que passar... com
qual motivo tinha que sofrer...”
“aconteça o que acontecer, sempre estarei perto de você!!” essa palavra
que você tinha me dado, sempre lembrava, e isso me atormentava... Quem
seria capaz de fazer isso além da família?
“Claro que você e meu filho...! Mesmo que eu estiver errado, você
continuará a ser meu filho...!”, mentira... Tudo passava de uma
miragem... Ilusão sem motivo algum... “aconteça o que acontecer, sempre
estarei perto de você!!” , e tudo mentira!!!!!! Quando mais precisei de
você.... – o Pedro já estava lacrimejando – você me abandonou...
O Bartolomeu se se ajoelhou nos pés do
menino – perdoe-me, perdoe-me...! Eu não soube agir de maneira
certa...!! Faltou em mim a coragem para aceitar a realidade... Fui muito
covarde... – o Bartolomeu já estava chorando – então, pra esquecer essa
verdade, procurei as coisas do mundo para me aliviar... Mas não
consegui... O que eu fazia me atormentava ainda mais... Eu sou pobre
homem que não soube resolver essa situação... Fui pedir ajuda as coisas e
não o Deus... Por isso hoje eu vivo atormentado tudo o que eu fiz para a
minha esposa e para você Pedro...
Pedro se espantava com esse ato de
Bartolomeu, nunca pensava que o pai também sofria com seu ato, e que
pedia perdão sem cessar para o filho, caiba ele se o perdoava, ou não...
– o tempo que passei longe de vocês... Eu acabei com todo o meu valor
que antes tinha... – Bartolomeu não levantava a cabeça, estava ajoelhado
diante dos pés do Pedro – no sofrimento, Deus me deu a oportunidade
para conhecer a minha fraqueza, na dor me ensinou arrepender-se dos
erros que havia cometido... Por isso estou aqui, Deus me deu mais uma
chance para eu poder te encontrar e te pedir perdão...!!! Sei que... A
minha culpa é grande... Mas sei também que é bem maior a divina
misericórdia de Deus... Por isso aqui estou, lhe peço mais uma vez...!!
Perdoe-me...!
Menino Pedro olhava silenciosamente, e
então com as lágrimas abraçou o pai, agora sem medo – graças a Deus que
você voltou a ser o homem generoso!! – e deu um sorriso – Pai, o tempo
que passei no orfanato, e agora com essas palavras do senhor, posso
dizer claramente, eu lhe perdoou... Pois já bastou saber que o senhor me
aceitou como eu sou...!
“Que bom” o professor olhando para a
janela do terceiro andar, se sentou no banco de espera, “agora que se
reconciliou, a trauma do Pedro pode se curar... resta encontrar-se com a
Dona Larry, e o Pedro novamente vai poder morar com os pais... todos
juntos... creio que agora pode ser bem felizes...”, mas esse pensamento
havia deixado um vago no coração do Caio “e eu... vou continuar o meu
serviço...”
Ficou um pouco triste, mas é assim que a
história termina... Mesmo que não queira, sempre vem o fim... –
professor? O senhor vai ficar ai? – com a pergunta do Pedro o Caio
acordou do seu pensamento – bom, se você quiser que eu fique aqui, tudo
bem... – antes que o Caio terminar-se, o Bartolomeu interrompeu – graças
o senhor, eu pude me encontrar com ele, com toda certeza o senhor tem
direitos a ir conosco – sendo assim, o Caio se levantou do banco de
espera, e caminhou-se para o quarto onde a Larry estava.
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